Rumo à salvação
Não quero falar,
Não quero sair,
Não quero brindar,
Não quero sorrir,
Não quero amar,
Só quero fugir.
Quero me esconder
E, quem sabe, morrer..
A dor tomou conta
De todo o meu ser.
Já não mais sinto prazer
Em viver...
E o vento levou
Toda a alegria,
A qual sei
Que mereci um dia.
Errei, todavia...
E agora aqui estou,
No fundo do poço,
Neste alvoroço!
Oh! Saia de mim,
Cruel, pertinaz silêncio ensurdecedor
Que traz consigo toda a dor,
A qual sinto em meu peito!
Quero me distanciar
Deste lugar,
Onde vejo, entre os outros, reinar
Compaixão e otimismo,
Onde, contudo, à minha frente,
Enxergo somente
A profundeza do abismo...
Lágrimas escorrem
Em minha face...
Não quero ajuda, porém.
Sei que vós quereis o meu bem.
Mas é tarde,
Pois a depressão,
Sem piedade, invade
Minha mente.
Amo tantos amigos,
Que, em momentos sofridos,
Forças me dão.
Mas..
Dizei-me:
Vale a vida à pena
Quando muitos se ama,
Mas a si mesmo se odeia?
Portanto,
Deixai-me só...
Deixa-me partir...
Sinto tanta melancolia...
Todavia,
No auge de minha agonia,
Surge o medo
De agir,
De do suicídio
Ao encontro ir.
No entanto, a desilusão
Envolve-me com sua força gritante,
Enquanto a indecisão
Toca-me somente em raros instantes...
Desculpai-me -
Por minha covardia.
Compreendei:
Infeliz fui enquanto vivia.
Prefiri morrer
Do que viver
Com a morte dentro de mim.
Manuella Eiras
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